
Se no presente temos a possibilidade de elaborar a nossa experiência de vida, devemo-lo também às memórias... Por vezes, acho que não lhe dou o devido valor, "esforço-me" para não me recordar de certos acontecimentos, mas é nos momentos em que me defronto com realidades que o medo, a angustia, o susto me enchem, quase que me dominam e dou por mim a aperceberme que todo este sentir não é nada mais que a minha "memória afectiva" a falar....
É uma mistura estranha entre o achar que somos muito fortes, que se consegue dar resposta às situações e depois...bem depois...aí está o resultado de algo que está ainda...tão presente!!!
De facto, dou razão a quem mo disse: a questão é como é que lidamos com as nossas fragilidades no dia a dia...!!!! Tudo tão forte por fora e tão fragil por dentro... De certo modo, isto traz alguma frustação...pensamos que crescemos, e na realidade até assim o é, mas depois facilmente se escorrega...embora, também esta escorregadela já seja diferente... Hoje, quando leio coisas que escrevi nem em todas digo: "como é possivel ter sentido ou feito isto"!!! noutras...bem noutras não consigo controlar a queda das lágrimas e em segundos tantas imagens "passam" pelos meus olhos...É um sentir estranho, causa algo de incómodo...
O que resta de bom nisto tudo, é perceber que estas memórias no nosso dia a dia já não causam tanta móça, e que o caminho segue para a frente num misturar de memórias que nos fazem sorrir, das que nos fazem chorar e de sonhos projectados no futuro....
boa semana...