
Ó Alentejo dos pobres,
reino da desolação,
não sirvas quem te despreza,
é tua a tua nação.
Não vás a terras alheias lançar sementes de morte.
É na terra do teu pão que se joga a tua sorte.
Terra sangrenta de Serpa,
Terra sangrenta de Serpa,
terra morena de Moura,
vilas de angústia em botão,
doce raiva em Baleizão.
Ó margem esquerda do Verão mais quente de Portugal,
margem esquerda deste amorfeito de fome e de sal.
A foice dos teus ceifeiros trago no peito gravada,
ó minha terra morena como bandeira sonhada.
Terra sangrenta de Serpa,
terra morena de Moura,
vilas de angústia em botão,
doce raiva em Baleizão.
Poema de Adriano Correia de Oliveira